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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Inverno Mais Quente da História de Porto Alegre

O inverno (JJA) de 2015 está quase encerrando, restando apenas 3 dias para o seu fim. Com isso, já é possível fazer uma constatação histórica e bombástica: será o inverno mais quente já registrado em Porto Alegre/INMET desde o início da série do NASA GISS (1949) que conta com dados oficiais da estação do INMET na capital gaúcha.

Junho e Julho foram meses acima da média na cidade, mas sem grandes extremos de calor e frio. Figuraram como o décimo mais quente da série (análise aqui). O problema ou ponto nevrálgico desse inverno de 2015 em Porto Alegre se insere neste atual mês de agosto. Estamos quase no seu fim e a anomalia em relação à temperada normal para o mês está em +4,9C, o que faz desse mês de agosto o mais quente, disparado, de todos os tempos na capital gaúcha. Bate com folga, inclusive, o histórico mês de agosto de 2012, quando a estação do INMET na cidade bateu +3,7C de anomalia sobre a normal histórica.

No cômputo dos 3 meses desse inverno a média está em 17,16C. Tudo indica que não ficará muito distante disso em virtude dos poucos dias que restam para o encerramento da estação. Sendo assim, o ranking dos TOP-5 JJA mais quentes em Porto Alegre passará a ter a seguinte configuração:

1) 2015: 17,16C (até o momento)
2) 2001: 16,73C
3) 2005: 16,67C
4) 1986: 16,00C
5) 1958: 15,97C

O inverno de 2015 vai fechando como uma aberração sem precedentes para o clima de Porto Alegre. Abaixo o mapa mundi com as anomalias registradas nos últimos 90 dias (praticamente todo JJA) mostra como esta aberração se inseriu no contexto global.



Nota-se uma clara correlação entre o fenômeno El-Niño no Oceano Pacífico equatorial e as anomalias positivas do sul do Brasil. Ao mesmo tempo, também é destaque o frio além do normal no sul do continente sul americano (Patagônia) e no continente antártico, o que evidencia um frio represado mais ao sul neste inverno.

Com a conclusão do inverno, prepararei uma análise mais completa sobre a estação incluindo dados de outras estações do sul do Brasil, embora de antemão já seja possível dizer que vivemos um evento extraordinário no clima sul-brasileiro. O ano de 2015 será para sempre lembrado como "o ano sem inverno".

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Junho e Julho de 2015 Foram Quentes no Sul do Brasil

Os dois meses mais frios do ano fecharam com anomalia positiva no sul do Brasil. Junho e julho (JJ) foram meses pouco impactados por massas de ar frio na região e tiveram uma amplitude térmica bastante reduzida em virtude do excesso de nebulosidade na região decorrente do fenômeno El-Niño. Vejam pelo mapa abaixo que os últimos 60 dias (que compreendem a maior parte do bimestre) apresentaram vastas áreas com temperatura acima do normal.



Tivemos um bimestre com bloqueios bastante ativos sobre a região. Os dois mais comuns, a Alta Pressão do Brasil Central e a Alta Subtropical sobre o Atlântico Sul (ASAS) funcionam como inibidores para a entrada de frentes frias sobre a região ou as mantêm estacionárias sobre a mesma. No caso específico da ASAS, a sua mecânica de ventos no sentido anti-horários sobre o atlântico sul são ainda mais influentes sobre a região sul do país, pois acabam mantendo as massas de ar frio represadas na Patagônia (região do sul da Argentina e Chile apresentadas por anomalias negativas), além de provocar um grande influxo de ar frio para as regiões subtropicais e costa leste do continente africano. O mapa abaixo, que também traz anomalias dos últimos 60 dias, mostra o efeito contrário provocado pelo ASAS naquele continente.



Voltando ao sul do Brasil, as três cidades analisadas para explicarmos o comportamento deste último bimestre são Porto Alegre, Curitiba e Uruguaiana. Todas em suas estações oficiais do INMET.

Porto Alegre teve o décimo JJ mais quente da série 1951/2015 com uma média de 15,6C. Os extremos do bimestre foram 29,2C (registrado no dia 31/07) e 4,6C (registrado dia 16/06). Os três JJs mais quentes registrados na cidade nesta série foram 2005 (16,6C), 1958 (16,5C) e 2006 (16,3C).

Curitiba teve o sétimo JJ mais quente da série 1951/2015 com média de 15,1C. Os extremos do bimestre foram 25,9C (registrado dia 11/06) e 1,9C (16/06). Os três JJs mais quentes da série 1951/2015 na cidade foram 1977 (15,9C), 1995 (15,4C) e 2005 (15,3C).

Uruguaiana teve o décimo primeiro JJ mais quente da série 1951/2015 registrando uma média de 14,9C. Os extremos do bimestre foram 30,0C (registrado no dia 30/07) e 0,2C (registrado no dia 20/06). Os três JJs mais quentes da cidade fronteiriça nesta mesma série foram os mesmos de Porto Alegre, apenas invertendo a ordem. São eles: 2006 (16,3C), 1958 (16,2C) e 2005 (16,0C).

Abraços e até a próxima