Em 766 meses de dados desde 1951, a estação oficial do INMET de Curitiba/PR não reportou dados por 51 meses. Entretanto, em 46 destes 51 meses foi possível substituir esses dados do INMET pela estação do Aeroporto da região, o Afonso Pena. Portanto, em apenas em 5 meses não se pôde contar com dados climatológicos de Curitiba/PR para se analisar a evolução climática da cidade/região. Isso é muito positivo dada a dificuldade de se conseguir dados completos para estações meteorológicas no Brasil. Destes 5 meses sem dados, um é de 1954, um de 1964 e três de 1972. Já as 46 substituições estão bastante pulverizadas. São elas:
1973: 9
1976: 6
1977: 10
1984: 1
1991: 1
1992: 3
1993: 4
1994: 1
1995: 4
1996: 4
2002: 1
2004: 1
2010: 1
Os dados de Curitiba mostram que a cidade esquentou 0,8C na média anual entre a década de 70 e a primeira década do novo milênio. Antes desse período de 40 anos Curitiba era mais quente, porém jamais como visto no período pós-2000. Ainda assim, não está sendo verificado, por ora, aquecimento nos 4 primeiros anos da atual década de 2010. A média anual de 17,9C está em comportamento lateral, estável
Diferentemente do que foi visto em Porto Alegre (análise consta aqui), a estação do ano que mais impactou esse aquecimento anual da capital paranaense foi o inverno (JJA). Houve um aquecimento de 0,6C entre a antiga normal (61/90) e a atual em construção e quase finalizada (91/14). Entretanto, ainda que de forma incipiente devido à pequena base de anos, já é possível verificar uma reversão desta tendência de aquecimento dos invernos curitibanos, pois o JJA da década atual está 0,3C mais frio que o da década anterior.
Todas as demais estações do ano de Curitiba esquentaram de forma quase uniforme na comparação entre as normais: +0,5C (DJF e MAM) e +0,4C (SON).
Olhando isoladamente cada mês, nenhum mês de Curitiba esfriou ou se manteve estável. Todos esquentaram ao longo das 6 décadas e meia objeto de análise. Contudo, cabe ao mês de novembro o selo de mês que se manteve mais estável, pois houve um aquecimento de apenas +0,1C entre as normais em questão. Já os meses de abril e junho foram aqueles que mais esquentaram, com +0,9C entre as duas normais. Em tendência contrária, vale destacar que estes três meses inverteram suas trajetórias ascendentes e passaram a apresentar médias declinantes na década atual quando comparados com a década anterior.
Mesmo com as mudanças ocorridas ao longo do tempo, Curitiba continua sendo a capital mais fria do Brasil em todos os critérios médios e considerando normais climatológicas (que explicam de forma mais concisa o clima de uma localidade. Curitiba continua apresentando média anual mais baixa, inverno mais frio e verão mais fresco na comparação com Porto Alegre, a segunda capital mais fria do país. Entretanto, Porto Alegre nunca esteve tão próxima de Curitiba em relação à média de julho, justamente o mês mais frio do ano em ambas as cidades. Na distante da década de 70 a diferença entre as duas capitais na média de julho era de 1,4C. Na década atual está em apenas 0,1C