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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Mais Uma Evidência De Que Não Há Aquecimento Global Provocado Pelo Homem

Após bater o recorde de calor desde o início das medições em fevereiro/2016 (comentado AQUI em post feito em 12 de março/2016), o Planeta Terra voltou a entrar em tendência de resfriamento. O gráfico abaixo mostra como a temperatura da baixa troposfera retomou patamares próximos ao normal. Em fevereiro/2016 a anomalia que era de +0,83C, em 4 meses caiu quase meio grau, atingindo +0,34C. 



Conforme previsto por mim no post de março/2016, a temperatura global manteve correspondência com o comportamento da temperatura dos oceanos, que é especialmente explicada pelo fenômeno ENSO (Oscilação do Oceano Pacífico entre El-Niños e La-Niñas). A ONI Index, que é o principal índice que mede a volúpia deste fenômeno, chegou a atingir +2,3 em dezembro/2015, o que igualou o recorde de ONI de dezembro/1997, período o qual registrou o último grande episódio de El-Niño no Planeta. Em maio/2016 a ONI bateu +0,7, ou seja, um tombo enorme que acabou resultando no retorno da temperatura global para um patamar próximo de sua média histórica conforme ilustrado pelo gráfico acima.

Mais e mais sinais vão mostrando que o tão propagado CO2 não é o principal driver da temperatura global. Sigo monitorando e esperando um sinal que mostre que realmente estamos passando por aquecimento global impulsionado pela emissão de gases de origem fóssil. Entretanto, ainda não encontrei. Em 14 de dezembro/2015 escrevi bastante sobre isso. Segue o LINK.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Abril Mais Quente da História de Porto Alegre?

Até agora a resposta é um acachapante SIM! Olhando os dados da estação de referência climatológica de Porto Alegre, do INMET, temos até este momento uma média de 24,8C para o mês de abril de 2016, o que representa um enorme desvio de +4,8C em relação ao normal esperado para o mês. É a maior anomalia já vista na cidade em abril e, se continuar nesse ritmo, irá superar o desvio registrado em agosto de 2015, de +5,0C, o maior da série monitorada até então! Abaixo o mapa de anomalias no Brasil e regiões adjacentes neste mês até o presente momento:





É certamente um mês histórico para o clima da cidade e região, afinal duas anomalias dessa magnitude em um espaço tão curto de tempo jamais foi visto antes. Eu, como um aficcionado pelo tema, presumo que todo esse calor recente é resultado de uma combinação explosiva: vivemos o maior El-Niño desde 1917, cujos valores de anomalia atingiram uma sequência recorde acima +2,0C no Pacífico Equatorial (5 meses seguidos), aliada a valores baixíssimos da SOI, um índice que, quando em patamares baixos, denota uma estabilização dos jatos atmosféricos que controlam o influxo de massas de ar frio para médias latitudes como a nossa. Simplificando: as variáveis que comandam a atmosfera estão extraordinariamente propensas à criação de bloqueios sobre o Brasil, o que concentra frentes frias mais ao sul (o mapa de anomalias acima já mostra o norte da Argentina com temperaturas abaixo do normal devido à retenção das massas de ar frio sobre o país vizinho).

Entretanto, um novo componente está em jogo: os dois principais modelos de previsão do tempo, GFS e ECMWF, projetam a entrada de uma poderosíssima onda de frio sobre o sul do Brasil a partir de segunda dia 25. A força do ar frio é tão grande que seria classificada como intensa mesmo no auge do inverno. Diria ainda que, a confirmar essa tendência apontada pelos modelos, será a maior onda de frio a assolar o país desde aquela que trouxe a nevasca nas serras sulinas em 27 de agosto de 2013. Os mapas de projeção de anomalias do modelo norte-americano (GFS) para terça e quarta feira da semana que vem ilustram bem a situação.

Desvio de temperatura em relação à temperatura máxima normal para abril (terça-feira)

Desvio de temperatura em relação à temperatura máxima normal para abril (quarta-feira)


Reparem que a máxima poderá ficar até 10C abaixo do normal! É realmente um contraste muito grande, especialmente quando uma semana antes tínhamos 10C ACIMA do normal. É claramente um choque climático. Uma transição jamais vista pela Porto Alegre contemporânea. Em virtude dessa possível transição, esse histórico mês de abril caracterizado pelo calor, poderá perder o seu atual status de recordista de calor (em valores médios e de máxima absoluta) para o abril do ano de 1980, quando a média de Porto Alegre para o mês ficou em 22,3C. 

Fiz uma projeção, e esta apontou que, confirmando o cenário acima, Porto Alegre fecharia com média de 22,3C, também! Curioso, não? Bom, vamos acompanhar e ver como termina esse bizarro mês de abril. Já imagiram se o recorde de frio e calor para o mês sejam registrados no mesmo ano?



sábado, 12 de março de 2016

Temperatura Global Alcança Recorde Absoluto

Após mais de 12 meses de um grande episódio de El-Niño, que foi inclusive comparado ao grande evento de 1997 aqui neste espaço (acesse análise clicando aqui), o mundo finalmente começou a sentir os efeitos deste grande evento e que já pode ser considerado um dos maiores já vistos. Tanto as medições em terra quanto as medições da camada inferior da atmosfera atingiram recordes jamais experimentados antes.

O gráfico abaixo consegue contemplar todo histórico desde 1979. Ele apresenta o salto verificado na temperatura da camada inferior da atmosfera. Este salto é muito similar ao outro verificado no episódio de super  El-Niño que a Terra enfrentou em 1997. O ângulo da elevação da temperatura é igualmente abrupto. A diferença desta vez é que a barreira dos +0,8C foi ultrapassada e atingimos + 0,83C!

Já os três gráficos abaixo mostram a evolução da temperatura terrestre desde 1979 pelo pool de estações do NCEP. Notem no terceiro gráfico - que mostra o passado recente - o salto da temperatura a partir de 2015 com o advento desse super El-Niño. Conseguimos romper pela primeira vez a marca de +1,0C de anomalia! Já a linha vermelha que mostra a média móvel de 90 dias ultrapassou o recorde anterior de +0,5C!





A questão agora é sobre o comportamento futuro da temperatura global. Para onde ela irá? Continuará subindo e dará lastro à teoria do Aquecimento Global? Ou voltará a cair para o seu patamar médio? Como já comentei aqui nesse espaço antes (análise aqui), creio que o grande driver da temperatura global é a atividade solar e fenômeno ENSO (a sucessão El-Niños e La-Niñas no Pacífico Equatorial), e não a emissão de CO2 na atmosfera. Portanto, depois desse recorde, creio que no futuro próximo teremos uma boa queda na temperatura global, guiado, obviamente, pelo fenômeno ENSO. As minhas observações e análises (que sempre estão abertas a fatos novos, é importante que se diga) até hoje apenas identificaram este fenômeno como grande provocador de mudanças na temperatura da Terra. O mesmo pode ser dito sobre o atual recorde. Os próximos meses serão determinantes para a confirmação ou não desta minha tese amadora.

Abraços e até o próximo post!

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Super El-Niños

O atual evento de El-Niño não é mais forte que aquele verificado em meados de 1997 e que foi classificado como um super El-Niño pelos climatologistas norte-americanos. Enquanto naquela época as águas superficiais da costa do Ecuador bateram +4C de anomalia, hoje elas estão em média +2,7C mais quentes que o nornal. Entretanto, o atual padrão de aquecimento das águas do Pacífico Equatorial são acompanhados por uma vasta zona de águas aquecidas naquele mesmo oceano, mas em águas tropicas e extra-tropicais.


As duas imagens acima, comparando o El-Niño de 1997 com o atual, mostram que, embora mais intenso, o El-Niño de 1997 não tinha tanto suporte do resto do Oceano Pacífico. Hoje o mapa está muito mais avermelhado, o que de certa forma também poderia caracterizar o atual evento como um Super El-Niño, por quê, não? Afinal, quantas oportunidades já tivemos para presenciar um fenômeno com esta magnitude? 

Os efeitos diretos do El-Niño atual já são sentidos, pois o atual inverno no sul do Brasil está mais quente que o normal e deverá trazer chuvas mais intensas para o resto da estação.