Julho/2015 fechou com os seguintes números na estação de Canela/Castelinho:
Média: 12,5C
Média Mínima: 8,2C
Média Máxima: 18,0C
Mínima Absoluta: 0,2C
Máxima Absoluta: 26,0C
Mínimas menores ou iguais a ZERO: ZERO
Desde que a estação foi aberta em 2010, esse foi o julho menos frio em termos médios, superando julho/2014. Eis a série:
1o: julho de 2012 (9,2C)
2o: julho de 2013 (9,3C)
3o: julho de 2011 (10,0C)
4o: julho de 2010 (10,8C)
5o: julho de 2014 (11,1C)
6o: julho de 2015 (12,5C)
Este também quebrou o recorde de menor série de mínimas menores ou iguais a 0C na
estação, com com ZERO registros! A marca é muito inferior aos dois meses imediatamente acima, 2010 e 2014. O
julho com o maior número de mínimas congelantes foi o de 2013, quando
foram registrados nada mais nada menos que 12 dias assim.
1o: julho de 2013: 12
2o: julho de 2011: 7
3o: julho de 2012: 6
4o: julho de 2014 e 2010: 5
5o: julho de 2015: ZERO
Em consequência do recorde supra, o mês também foi aquele onde se verificou a maior mínima absoluta: foi positiva em +0,2C
1o: julho de 2011: -5,1C
2o: julho de 2013 e 2010: -3,3C
3o: julho de 2012: -2,9C
4o: julho de 2014: -2,2C
5o: julho de 2015: +0,2C
A mínima absoluta da estação pertence sendo -6,9C, registrado no mês de junho de 2012.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Julho/2015 em Gramado/Alphaville
Dando seguimento à sequência de análises sobre o comportamento do mês mais frio do ano na serra gaúcha, vamos ver como se insere o último julho de 2015 no seu pequeno contexto histórico em Gramado/Alphaville.
O mês fechou com média de 13,1C na estação, sendo, portanto, o mais quente de todos os quatro já mensurados no local. A seguir a série:
1o: julho de 2012: 10,9C
2o: julho de 2013: 11,4C
3o: julho de 2014: 12,6C
4o: julho de 2015: 13,1C
Assim como foi o mais quente de sempre, a mínima absoluta da estação também acompanhou essa tendência. Eis a série:
1o: julho de 2013: -0,6C
2o: julho de 2012: -0,2C
3o: julho de 2014: 1,5C
4o: julho de 2015: 2,8C
A mínima absoluta da estação em 2015 permanece sendo os -3,3C registrados em junho de 2012.
Ano de 2015 em Gramado/Canela/São Francisco de Paula
A seguir o encerramento do ano de 2015 (dados até dia 28/12) nas estações que mantenho na serra com dados íntegros, mais uma vez! Dessa vez também conto com os dados da estação de São Francisco de Paula (Sítio Água da Rainha), que foi instalada em maio, mas cujos dados estão íntegros apenas a partir de julho, pois antes ainda estava em processo de instalação.
Canela/Castelinho
Gramado/Alphaville
São Francisco de Paula/Sítio Água da Rainha
Curiosidades:
Canela/Castelinho registrou o inverno com o menor número de mínimas negativas desde a sua instalação. Foram apenas 7. Clique AQUI e veja como foi 2014 nessa estação.
Gramado/Alphaville registrou mais uma vez um ano quente, porém foi 2 décimos abaixo de 2014 e registrando apenas um dia com máxima acima de 32C (em 2014 foram 21 dias). O calor desse ano foi marcado, portanto, pela ausência de frio no inverno. Além de ter sido registrado nenhuma mínima abaixo de zero, a média das mínimas foi consideravelmente mais alta nos meses de inverno. Clique AQUI e veja como foi 2014 nessa estação.
A estação de São Francisco de Paula mostrou muita dificuldade de registrar máximas acima de 30C. A estação registrou apenas 28,7C de máxima absoluta no segundo semestre, enquanto que as estações de Gramado e Canela ultrapassaram a marca de 30C com mais facilidade.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Global Warming: Is It About To Start?
While Paris
is helding the COP21, the NCEP pool of weather stations has reached a new record:
a anomaly higher than +1,4F (+0,8C) against its average temperature measured
between 1981 and 2010. Only in the beginning of 2002 something closed to that
had happened. At that time the same pool of weather stations was not able to cross
the anomaly line of +1,4F.
The two
graphs below show the situation now, and tell us how the global temperature in
the near past has sharply increased, reaching a threshold never experienced
before.
Graph 1:
Global Temperature Anomaly Between 2005 and 2015
Graph 2:
Global Temperature Anomaly Between 1988 and 2005
Notice that
Graph 2 doesn’t show any moment where the global temperature was able to cross
the +1,4F (+0,8C) threshold, the point where we are nowadays.
Although we’ve
been massively bombed from parts of the media, NGOs and some weather
institutions (mainly those that are funded by IPCC) that claim CO2 as the main
cause of global warming, some climatologists point the ongoing El-Niño as the
main responsible for this recent warming shift, because this phenomenum is often
related to warming periods of our planet. That is also my point of view.
The 2015
El-Niño can be seen in the map below as that reddish area located in the
central part of the Pacific Ocean. Strong reds represent greater positive
anomalies.
Map 1: 2015
El-Niño
Map 2: 2002
El-Niño
Because its intensity, it is very likely that the ongoing El-Niño will increase its impact on the line shown by Graph 1, hence the temperature trend will probably remain positive in the near future. However, I believe that, besides El-Niño, the heat urban island effect (HUIE) plays an important role on the NCEP pool of weather stations as they can be affected by a changing environment throughout the years. The graph below tries to support my belief, showing the global temperature evolution through satellite measurements over the lower layer of our atmosphere.
Graph 3: Satellite
Based Temperature of the Global Lower Atmosphere
The assessment of this graph allows us to notice that there is no correlation between this one and Graphs 1 and 2. On Graph 3 the globe highest temperature was reached in 1997 during the strongest El-Niño ever registered on Pacific. But what is the reason of this difference? From my point of view the satellite temperature measurements seem to be purer as they don't suffer any interference from the lack of standard found over all weather stations located on Earth. On the ground there are weather stations which their surrounding areas have suffered many changes through time. There are also some reading mistakes. Nevertheless, these mistakes shouldn't result on any relevant problems as they are not capable of building up a graph trend.
In the other hand, satellite measurements are standardized, though this method may be considered exotic for some people. Its first measurement was made in 1979 by NOAA when they sent satellites to outer space carrying instruments which measure the natural microwave thermal emissions from oxygen in the atmosphere. The intensity of the signals these microwave radiometers measure at different microwave frequencies is directly proportional to the temperature of different deep layers of the atmosphere. These measurements started to be registered and then compared with today's data. This allowed us to construct Graph 3, a rich and pure information of the global temperature!
To sum up and to answer the question from the headline, I think that it is still too early to claim that global warming is going to take off from now on. Not only because what we've just seen on Graph 3, neither because I am a radical skeptical climate amateur. Actually, it is because I see the climate main drivers - El-Niño, La-Niña and Sun Cycles - still playing a much more important role to this issue rather than uncontrolled CO2 emissions into our atmosphere. In fact, it's been hard to me to find a correlation between the global temperature trend and CO2 emissions. Yet, I consider myself an open minded curious climate amateur, therefore this point of view might change as new data starts to clear up things. I really look forward to what is coming next!
Aquecimento Global: Agora Vai?
Em época de COP21, a temperatura global monitorada pelo pool de estações do NCEP atingiu uma marca recorde: uma anomalia superior a +0,8C em relação a média verificada entre 1981 e 2010. Antes disso, apenas entre o fim de 2001 e o início de 2002 tivemos marca parecida. Foi quando o mesmo pool de estações apenas encostou na linha de +0,8C.
Os dois gráficos abaixo ilustram a situação, e mostram como a temperatura global no passado recente deu um salto capaz de atingir um patamar sem precedentes.
Gráfico 1: Anomalia de Temperatura Global entre 2005 e 2015
Gráfico 2: Anomalia de Temperatura Global entre 1988 e 2005
Notem que o Gráfico 2 não apresenta nenhum momento onde a temperatura global conseguiu ultrapassar o patamar de +0,8C, justamente onde estamos hoje.
Embora atualmente tenhamos um bombardeio massivo por parte da mídia, organizações não governamentais (ONGs) e determinados institutos de pesquisa (especialmente os governamentais) apontando o CO2 como a causa primária deste aquecimento, muitos outros climatologistas apontam o El-Niño em curso como o principal responsável por esse recente boom, pois historicamente este fenômeno guarda correspondência com períodos de aquecimento do planeta. E esse é o meu ponto de vista, também.
O El-Niño em curso é apontado pelo mapa abaixo de anomalia de temperatura da superfície do mar. É justamente o vermelho mais intenso registrado no Oceano Pacífico Central.
Mapa 1: El-Niño de 2015
Em 2002, na última vez que a temperatura do pool de estações do NCEP também deu um salto, o El-Niño também se fazia presente, porém de forma menos intensa. É o que mostrava a temperatura da superfície do mar naquela época.
Mapa 2: El-Niño de 2002
Pela intensidade deste El-Niño de 2015, muito provavelmente o gráfico de temperatura apresentado no Gráfico 1 manterá sua tendência ascendente. Contudo, penso que, além do El-Niño, também o efeito da crescente urbanização no entorno das estações que formam o pool do NCEP desempenha um papel importante. É importante deixar claro que isso é uma opinião minha e que não há base científica alguma explicando esse ponto. Ainda assim, eu trouxe o gráfico abaixo (Gráfico 3) que traz lastro ao meu ponto de vista. Ele mostra a evolução da temperatura global por intermédio de medições via satélite da camada inferior da nossa atmosfera.
Gráfico-3: Anomalia de Temperatura Global da Camada Inferior da Atmosfera (Medição via Satélite)
Por este gráfico, nota-se que não há uma correlação perfeita com a evolução de temperatura mostrada nos Gráficos 1 e 2. Neste, o pico de temperatura global se deu justamente durante o El-Niño mais forte já registrado, o de 1997. Mas por qual razão? No meu entendimento a temperatura via satélite é mais pura, não sofrendo intervenção da falta de padronização das estações em terra. Isso porque em terra há estações cujo entorno sofreu mutações (em alguns casos severas) ao longo de sua existência. Há também determinados erros de coleta de dados, porém entendo que este último problema acaba sendo pouco determinante (se é que chega a influenciar algo) em virtude de não serem capazes de formar uma tendência gráfica, diferentemente do efeito da urbanização.
Por outro lado, as medições via satélite, por mais que sejam um método exótico, são padronizadas. A primeira medição realizada em 1979 tem o mesmo método de hoje. Naquele ano o NOAA lançou satélites no espaço carregando instrumentos capazes de medir as emissões naturais de micro ondas térmicas oriundas do oxigênio presente na nossa atmosfera. A intensidade (tamanho das ondas de frequência) das ondas emitidas passou a ser registrada e comparada com a intensidade destas mesmas ondas, porém captadas no futuro. O resultado disso é a formação do Gráfico 3, isto é, a criação de uma informação rica e pura de como está se comportando a temperatura do Planeta Terra.
Para concluir e respondendo a pergunta que dá nome a este post, entendo que não será agora que o aquecimento global irá engrenar. Não somente pelo Gráfico 3 recém apresentado por mim, mas principalmente porque entendo que os principais drivers de aquecimento do Planeta Terra, os fenômenos El-Niño/La-Niña e os ciclos de atividade solar, continuam sendo muito mais determinantes para o controle da temperatura global do que emissões de CO2 - onde ainda não consegui constatar relação alguma de causa e efeito ao longo da nossa história climática. Ainda...! Entretanto, se as correlações começarem a mudar, tudo pode acontecer. Inclusive, minha opinião pode ser revista!
sábado, 12 de dezembro de 2015
Backtesting CFS Novembro/2015 e Previsão para Dezembro/2015
No final de outubro/2015 o modelo CFS previu o cenário abaixo para novembro/2015
Os dois mapas abaixo mostram o realizado, indicando que, em linhas gerais, o modelo voltou a apresentar um bom índice de acerto, faltando realizar pequenos ajustes no teor da anomalia, especialmente no interior da Argentina, e na área de anomalia positiva na Amazônia.
Para dezembro/2015 o modelo prevê um cenário parecido com o de novembro/2015, diminuindo a amplitude das anomalias negativas no Chaco e interior da Argentina. Destaque especial para a forte anomalia negativa no litoral do nordeste brasileiro (já prevista nos meses anteriores) e para a forte anomalia positiva no Pacífico Equatorial decorrente do forte El-Niño em curso.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Sequência Recorde de Calor em Porto Alegre Chega ao Fim
Maio de 2014 foi o último mês do ano em Porto Alegre a registrar anomalia negativa antes do início da sequência recorde de meses acima do normal. Porém, outubro/2015 e novembro/2015 puseram fim a esta sequência de 16 meses acima do normal, registrando -0,8C e -0,5C de anomalia, respectivamente. A grande pergunta que resta, contudo, é: será que estas duas anomalias serão suficientes para que o ano de 2015 não seja considerado o ano mais quente da história da cidade? Afinal uma sequência recorde de calor tem potencial para isso. Está tudo nas mão do mês de dezembro que se inicia hoje. Entretanto, é muito difícil que se confirme. O mês de dezembro teria que terminar com uma média de 27,5C para que tal feito se confirme, o que é extremamente improvável. Nem mesmo o mês mais que da história da capital gaúcha, fevereiro/1984 com 27,0C, foi capaz de tal feito.
sábado, 7 de novembro de 2015
Backtesting CFS Outubro/2015 e Previsão para Novembro/2015
No final de setembro/2015 o modelo CFS, pela média das suas últimas 40 saídas, previa o cenário abaixo para o mês de outubro/2015. Diferentemente de meses anteriores, começou a sinalizar uma tendência de anomalias neutras a negativas pelo interior do Conesul, especialmente na Argentina.
Analisando o realizado nos dois mapas abaixo, nota-se que o modelo teve um grande acerto: as anomalias negativas no litoral e mar do nordeste brasileiro. Por outro lado, mesmo ciente de que o modelo começou a apontar uma mudança de padrão no Conesul, o CFS errou drasticamente as anomalias negativas nessa região. A Argentina registrou um dos meses de outubro mais frios da sua história, com regiões alcançando anomalias de até -7C! No Brasil as anomalias positivas previstas se confirmaram. Inclusive, algumas cidades dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram o aposto daquilo visto na Argentina, com o outubro registrando a mais alta média de todos os tempos. No sul do país, Porto Alegre finalmente conseguiu interromper a série de 16 meses seguidos de anomalia positiva, a maior da sua história documentada. O desenho do mapa abaixo é flagrante ao evidenciar que foi um período de extremos na região, onde dois mundos distintos foram vistos.
Realizado Outubro/2015 (Brasil)
Realizado Outubro/2015 (Conesul)
E para novembro/2015? O CFS traz um retrato muito parecido do realizado em outubro/2015, mantendo uma bolha de anomalia negativa muito forte no litoral do nordeste brasileiro, aumentando um pouco mais as anomalias positivas na região amazônica e mantendo o frio no Conesul, excluindo a Patagônia.
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Recorde de Calor no Brasil, Recorde de Chuva no RS e Recorde de Frio na Argentina!
Hoje Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte registraram 42,8C, 36,0C e 37,4C, respectivamente, em suas estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Foi um dia histórico para a climatologia da região sudeste do Brasil. A capital carioca registrou a terceira maior temperatura da sua história e Belo Horizonte alcançou seu recorde absoluto de 105 anos de dados!
O calor absolutamente anômalo no sudeste brasileiro é claramente ilustrado pelo mapa de anomalia acima, que mostra a discrepância da temperatura média na região nos últimos 5 dias. O mapa também mostra que no mesmo período o oeste e o sul do continente estiveram muito mais frio que o normal. Uma coisa interessante no mapa é que parece haver quase que um "eixo infernal" entre a localização das 3 capitais do sudeste no mapa. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte praticamente formam aquela região com vermelho mais intenso, que é justamente onde mais tem feito calor nestes últimos dias.
O mês de outubro/2015 tem sido igualmente muito acima do normal para o sudeste do país. Uma "bolha" de ar seco impede o avanço das frentes frias, que acabam ficando estacionadas na região sul, trazendo muita chuva para esta, sendo em alguns momentos com tempestades severas. Foi o caso de Porto Alegre na noite do dia 14 de outubro/2015, quando a tormenta que caiu na capital gaúcha foi acompanhada de rajadas de vento de até 116 km/h na estação da Rádio Gaúcha. A chuva tem sido tão excessiva em Porto Alegre que o nível do Lago Guaíba atingiu o seu maior patamar em 74 anos! No último dia 12 de outubro faltaram apenas 11 cm para que o nível médio do Lago ultrapassasse o patamar do Cais do Porto, localizado no centro da cidade.
Esse contraste entre o sul chuvoso e o norte seco do Brasil também é composto por um terceiro elemento: o frio na Argentina. Os "hermanos" vivem um dos meses de outubro mais frios de sua história. Quase a totalidade da Província de Buenos Aires está com 5C abaixo do normal, sendo que algumas regiões da Provícia de La Pampa alcançam uma anomalia negativa de 7C. A capital argentina, Buenos Aires, tem normal climatológica de 17,7C em Outubro, porém até agora a média está em incríveis 13C.
Dá para dizer pelo mapa acima que, se o mês está quente no sudeste do Brasil (anomalias positivas entre 2C e 3C), na Argentina ele está anomalamente ainda mais frio!
Curioso, não?
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
2015: O Inverno Mais Quente da História do Sul do Brasil
Com a liberação dos dados oficiais de temperatura média do mês de agosto/2015 por parte do Instituto Nacional de Meteorologia Brasileiro (INMET), foi confirmada a tendência verificada nos últimos meses de que o inverno de 2015 seria o mais quente de toda a série monitorada em Porto Alegre. Em Uruguaiana, no extremo oeste do Estado do Rio Grande do Sul, que na verdade tem seus dados baseados na informação oficial da cidade vizinha (do outro lado do rio) de Paso de Los Libres, este valor histórico também foi confirmado. Já em Curitiba, capital do Paraná, o inverno de 2015 não conseguiu superar o de 1995 como o mais quente da sua série. Ainda assim, foi por muito pouco! Abaixo os invernos mais quentes para cada uma destas três cidades, considerando inverno a composição dos três meses mais frios do ano: junho, julho e agosto.
Porto Alegre/RS
1- 2015: 17,13C
2- 2001: 16,73C
3- 2005: 16,67C
4- 1986: 16,00C
5- 1958: 15,97C
Curitiba/PR
1- 1995: 15,93C
2- 2015: 15,77C
3- 2005: 15,73C
4- 1977: 15,70C
5- 1958: 15,53C
Uruguaiana/RS
1- 2015: 16,3C
2- 1986: 15,9C
3- 2006: 15,8C
4- 1982: 15,5C
5- 1977: 15,3C
Para quem ainda possa estar questionando o potencial histórico desse inverno, notem que 2015 é o único ano que aparece nas três listas acima, e ainda poderia conseguir a façanha de terminar na primeira posição para estas três cidades! É um acontecimento absolutamente histórico para a climatologia do sul do país, pois além do recorde de calor registrado, foi um evento de larga escala, abrangendo uma vasta região, ao invés de um número mais restrito de cidades.
Esse acontecimento histórico ocorreu quase que exclusivamente em virtude do mês de agosto, pois até o encerramento do mês de julho o inverno apresentava um comportamento apenas levemente acima do normal nas três cidades. Entretanto, com o início de agosto, um sistema de alta pressão no centro do Brasil e em alto mar no Atlântico atuou como um forte inibidor para a entrada de frentes frias no sul do país, o que resultou no mês de agosto mais quente da história para estas três cidades. Aliás, foi o mês de inverno mais quente já registrado nestas cidades para toda a série estudada (desde 1951). Abaixo os dados de agosto e o seu respectivo desvio em relação à média (1961/1990).
Porto Alegre: 20,2C (+4,8C)
Curitiba: 17,4C (+2,9C)
Uruguaiana: 18,8C (+3,9C)
Os invernos mais quentes que o normal dos últimos quatro anos têm causado uma mudança na climatologia das três cidades. Porto Alegre apresentou um aquecimento modesto entre a normal de inverno em vigor (1961/1990) para a que está em construção (1991/2015). Enquanto a média de inverno era de 14,7C, agora a mesma vai mudando para um patamar já de 15,0C. Em Curitiba o salto é ainda maior, de 13,8C para 14,4C. Uruguaiana subiu de 14,1C para 14,5C.
O super El-Niño desse ano comentado aqui é o maior culpado por esse evento histórico conforme os especialistas.
Boa noite!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Backtesting CFS Setembro/2015 e Previsão para Outubro/2015
Ao final de agosto/2015 o modelo CFS fez a seguinte previsão para o mês de setembro/2015 pela média de rodadas do modelo nos últimos 10 dias de agosto/2015.
O modelo teve mais uma vez um bom índice de acerto para o Brasil, acertando as anomalias positivas, especialmente para o litoral da região sul e para a região sudeste do país. Entretanto, pela primeira vez desde que faço esse monitoramento o modelo erra de forma mais drástica. Ao invés de temperaturas no entorno da média para a Argentina, o realizado (abaixo) mostrou temperaturas abaixo do normal para o país vizinho.
Conesul
Para o mês de outubro/2015 o modelo mantém a idéia de uma Argentina mais moderada ou até abaixo da média e de um Brasil quase que inteiramente quente.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Backtesting CFS Agosto/2015 e Previsão para Setembro/2015
Ao final de julho/2015 o modelo CFS previa um mês de agosto com anomalias positivas entre +1C e +2C no sul do Brasil, mantinha a tendência de anomalias no Chaco (verificada há meses) e uma tendência de anomalias negativas para a Patagônia, no sul do continente.
CFS para Agosto/2015
O realizado nos dois mapas abaixo mostram que o modelo teve um bom grau de acerto na tendência geral, mas errou na magnitude da anomalia positiva verificada, especialmente no Rio Grande do sul, onde estações chegaram a registrar o mês de agosto mais quente da história com anomalias entre +4C e +5C.
O modelo acertou o frio na Patagônia e errou pela primeira a mancha de anomalia negativa no Chaco, embora uma estreita faixa da região, na Argentina, tenha sido mais fria que o normal.
Para setembro/2015 o modelo mantém a tendência de mais calor que o normal para a maior parte do continente, diminuindo um pouco mais a mancha de anomalia negativa do Chaco e eliminando esta mesma da Patagônia. Tudo indica que Porto Alegre incrementará o seu recorde de meses em sequência com temperaturas mais quentes que o normal, atingindo seu 16º mês seguido de anomalias positivas.
Até o mês que vem!
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
O Inverno Mais Quente da História de Porto Alegre
O inverno (JJA) de 2015 está quase encerrando, restando apenas 3 dias para o seu fim. Com isso, já é possível fazer uma constatação histórica e bombástica: será o inverno mais quente já registrado em Porto Alegre/INMET desde o início da série do NASA GISS (1949) que conta com dados oficiais da estação do INMET na capital gaúcha.
Junho e Julho foram meses acima da média na cidade, mas sem grandes extremos de calor e frio. Figuraram como o décimo mais quente da série (análise aqui). O problema ou ponto nevrálgico desse inverno de 2015 em Porto Alegre se insere neste atual mês de agosto. Estamos quase no seu fim e a anomalia em relação à temperada normal para o mês está em +4,9C, o que faz desse mês de agosto o mais quente, disparado, de todos os tempos na capital gaúcha. Bate com folga, inclusive, o histórico mês de agosto de 2012, quando a estação do INMET na cidade bateu +3,7C de anomalia sobre a normal histórica.
No cômputo dos 3 meses desse inverno a média está em 17,16C. Tudo indica que não ficará muito distante disso em virtude dos poucos dias que restam para o encerramento da estação. Sendo assim, o ranking dos TOP-5 JJA mais quentes em Porto Alegre passará a ter a seguinte configuração:
1) 2015: 17,16C (até o momento)
2) 2001: 16,73C
3) 2005: 16,67C
4) 1986: 16,00C
5) 1958: 15,97C
O inverno de 2015 vai fechando como uma aberração sem precedentes para o clima de Porto Alegre. Abaixo o mapa mundi com as anomalias registradas nos últimos 90 dias (praticamente todo JJA) mostra como esta aberração se inseriu no contexto global.
Nota-se uma clara correlação entre o fenômeno El-Niño no Oceano Pacífico equatorial e as anomalias positivas do sul do Brasil. Ao mesmo tempo, também é destaque o frio além do normal no sul do continente sul americano (Patagônia) e no continente antártico, o que evidencia um frio represado mais ao sul neste inverno.
Com a conclusão do inverno, prepararei uma análise mais completa sobre a estação incluindo dados de outras estações do sul do Brasil, embora de antemão já seja possível dizer que vivemos um evento extraordinário no clima sul-brasileiro. O ano de 2015 será para sempre lembrado como "o ano sem inverno".
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