Os dois meses mais frios do ano fecharam com anomalia positiva no sul do Brasil. Junho e julho (JJ) foram meses pouco impactados por massas de ar frio na região e tiveram uma amplitude térmica bastante reduzida em virtude do excesso de nebulosidade na região decorrente do fenômeno El-Niño. Vejam pelo mapa abaixo que os últimos 60 dias (que compreendem a maior parte do bimestre) apresentaram vastas áreas com temperatura acima do normal.
Tivemos um bimestre com bloqueios bastante ativos sobre a região. Os dois mais comuns, a Alta Pressão do Brasil Central e a Alta Subtropical sobre o Atlântico Sul (ASAS) funcionam como inibidores para a entrada de frentes frias sobre a região ou as mantêm estacionárias sobre a mesma. No caso específico da ASAS, a sua mecânica de ventos no sentido anti-horários sobre o atlântico sul são ainda mais influentes sobre a região sul do país, pois acabam mantendo as massas de ar frio represadas na Patagônia (região do sul da Argentina e Chile apresentadas por anomalias negativas), além de provocar um grande influxo de ar frio para as regiões subtropicais e costa leste do continente africano. O mapa abaixo, que também traz anomalias dos últimos 60 dias, mostra o efeito contrário provocado pelo ASAS naquele continente.
Voltando ao sul do Brasil, as três cidades analisadas para explicarmos o comportamento deste último bimestre são Porto Alegre, Curitiba e Uruguaiana. Todas em suas estações oficiais do INMET.
Porto Alegre teve o décimo JJ mais quente da série 1951/2015 com uma média de 15,6C. Os extremos do bimestre foram 29,2C (registrado no dia 31/07) e 4,6C (registrado dia 16/06). Os três JJs mais quentes registrados na cidade nesta série foram 2005 (16,6C), 1958 (16,5C) e 2006 (16,3C).
Curitiba teve o sétimo JJ mais quente da série 1951/2015 com média de 15,1C. Os extremos do bimestre foram 25,9C (registrado dia 11/06) e 1,9C (16/06). Os três JJs mais quentes da série 1951/2015 na cidade foram 1977 (15,9C), 1995 (15,4C) e 2005 (15,3C).
Uruguaiana teve o décimo primeiro JJ mais quente da série 1951/2015 registrando uma média de 14,9C. Os extremos do bimestre foram 30,0C (registrado no dia 30/07) e 0,2C (registrado no dia 20/06). Os três JJs mais quentes da cidade fronteiriça nesta mesma série foram os mesmos de Porto Alegre, apenas invertendo a ordem. São eles: 2006 (16,3C), 1958 (16,2C) e 2005 (16,0C).
Abraços e até a próxima
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