sábado, 12 de março de 2016

Temperatura Global Alcança Recorde Absoluto

Após mais de 12 meses de um grande episódio de El-Niño, que foi inclusive comparado ao grande evento de 1997 aqui neste espaço (acesse análise clicando aqui), o mundo finalmente começou a sentir os efeitos deste grande evento e que já pode ser considerado um dos maiores já vistos. Tanto as medições em terra quanto as medições da camada inferior da atmosfera atingiram recordes jamais experimentados antes.

O gráfico abaixo consegue contemplar todo histórico desde 1979. Ele apresenta o salto verificado na temperatura da camada inferior da atmosfera. Este salto é muito similar ao outro verificado no episódio de super  El-Niño que a Terra enfrentou em 1997. O ângulo da elevação da temperatura é igualmente abrupto. A diferença desta vez é que a barreira dos +0,8C foi ultrapassada e atingimos + 0,83C!

Já os três gráficos abaixo mostram a evolução da temperatura terrestre desde 1979 pelo pool de estações do NCEP. Notem no terceiro gráfico - que mostra o passado recente - o salto da temperatura a partir de 2015 com o advento desse super El-Niño. Conseguimos romper pela primeira vez a marca de +1,0C de anomalia! Já a linha vermelha que mostra a média móvel de 90 dias ultrapassou o recorde anterior de +0,5C!





A questão agora é sobre o comportamento futuro da temperatura global. Para onde ela irá? Continuará subindo e dará lastro à teoria do Aquecimento Global? Ou voltará a cair para o seu patamar médio? Como já comentei aqui nesse espaço antes (análise aqui), creio que o grande driver da temperatura global é a atividade solar e fenômeno ENSO (a sucessão El-Niños e La-Niñas no Pacífico Equatorial), e não a emissão de CO2 na atmosfera. Portanto, depois desse recorde, creio que no futuro próximo teremos uma boa queda na temperatura global, guiado, obviamente, pelo fenômeno ENSO. As minhas observações e análises (que sempre estão abertas a fatos novos, é importante que se diga) até hoje apenas identificaram este fenômeno como grande provocador de mudanças na temperatura da Terra. O mesmo pode ser dito sobre o atual recorde. Os próximos meses serão determinantes para a confirmação ou não desta minha tese amadora.

Abraços e até o próximo post!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Backtesting CFS Dezembro/2015 e Previsão para Janeiro/2016

A Média de Dezembro/2015 em Porto Alegre/INMET foi 23,6C, enquanto que a normal 81/2010 é 23,5C. A cidade ficou no limite entre o norte/nordeste levemente acima do normal e sul/sudoeste abaixo do normal. É o que mostra o mapa de anomalias abaixo"


No final de novembro/2015 o modelo CFS (abaixo) projetava uma área de anomalia negativa no interior do continente que acabou se confirmando maior que o realizado em dezembro/2015. Em compensação a área de anomalia positiva ao norte mais ou menos guarda correspondência com o projetado pelo modelo. A mancha de anomalia negativa no litoral do nordeste foi confirmada.

Infelizmente não obtive dados do realizado do mês de dezembro/2015 no Conesul, o que inviabiliza o backtesting.



Para o mês de janeiro/2016 o modelo CFS ampliou um pouco mais a área de anomalia negativa no interior do continente e no litoral do nordeste, enquanto que o fenômeno El-Niño permanece atuando com força no Pacífico Central, mantendo anomalias positivas de temperatura na região.





quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Julho de 2015 em Canela/Castelinho

Julho/2015 fechou com os seguintes números na estação de Canela/Castelinho:

Média: 12,5C
Média Mínima: 8,2C
Média Máxima: 18,0C
Mínima Absoluta: 0,2C
Máxima Absoluta: 26,0C
Mínimas menores ou iguais a ZERO: ZERO

Desde que a estação foi aberta em 2010, esse foi o julho menos frio em termos médios, superando julho/2014. Eis a série:

1o: julho de 2012 (9,2C)
2o: julho de 2013 (9,3C)
3o: julho de 2011 (10,0C)
4o: julho de 2010 (10,8C)
5o: julho de 2014 (11,1C)
6o: julho de 2015 (12,5C)

Este também quebrou o recorde de menor série de mínimas menores ou iguais a 0C na estação, com com ZERO registros! A marca é muito inferior aos dois meses imediatamente acima, 2010 e 2014. O julho com o maior número de mínimas congelantes foi o de 2013, quando foram registrados nada mais nada menos que 12 dias assim.

1o: julho de 2013: 12
2o: julho de 2011: 7
3o: julho de 2012: 6
4o: julho de 2014 e 2010: 5
5o: julho de 2015: ZERO

Em consequência do recorde supra, o mês também foi aquele onde se verificou a maior mínima absoluta: foi positiva em +0,2C

1o: julho de 2011: -5,1C
2o: julho de 2013 e 2010: -3,3C
3o: julho de 2012: -2,9C
4o: julho de 2014: -2,2C
5o: julho de 2015: +0,2C

A mínima absoluta da estação pertence sendo -6,9C, registrado no mês de junho de 2012.

Julho/2015 em Gramado/Alphaville

Dando seguimento à sequência de análises sobre o comportamento do mês mais frio do ano na serra gaúcha, vamos ver como se insere o último julho de 2015 no seu pequeno contexto histórico em Gramado/Alphaville.

O mês fechou com média de 13,1C na estação, sendo, portanto, o mais quente de todos os quatro já mensurados no local. A seguir a série:

1o: julho de 2012: 10,9C
2o: julho de 2013: 11,4C
3o: julho de 2014: 12,6C
4o: julho de 2015: 13,1C

Assim como foi o mais quente de sempre, a mínima absoluta da estação também acompanhou essa tendência. Eis a série: 

1o: julho de 2013: -0,6C
2o: julho de 2012: -0,2C
3o: julho de 2014: 1,5C
4o: julho de 2015: 2,8C
 
A mínima absoluta da estação em 2015 permanece sendo os -3,3C registrados em junho de 2012.

Ano de 2015 em Gramado/Canela/São Francisco de Paula

A seguir o encerramento do ano de 2015 (dados até dia 28/12) nas estações que mantenho na serra com dados íntegros, mais uma vez! Dessa vez também conto com os dados da estação de São Francisco de Paula (Sítio Água da Rainha), que foi instalada em maio, mas cujos dados estão íntegros apenas a partir de julho, pois antes ainda estava em processo de instalação. 

Canela/Castelinho

Gramado/Alphaville
São Francisco de Paula/Sítio Água da Rainha
Curiosidades: 

Canela/Castelinho registrou o inverno com o menor número de mínimas negativas desde a sua instalação. Foram apenas 7. Clique AQUI e veja como foi 2014 nessa estação.

Gramado/Alphaville registrou mais uma vez um ano quente, porém foi 2 décimos abaixo de 2014 e registrando apenas um dia com máxima acima de 32C (em 2014 foram 21 dias). O calor desse ano foi marcado, portanto, pela ausência de frio no inverno. Além de ter sido registrado nenhuma mínima abaixo de zero, a média das mínimas foi consideravelmente mais alta nos meses de inverno. Clique AQUI e veja como foi 2014 nessa estação.

A estação de São Francisco de Paula mostrou muita dificuldade de registrar máximas acima de 30C. A estação registrou apenas 28,7C de máxima absoluta no segundo semestre, enquanto que as estações de Gramado e Canela ultrapassaram a marca de 30C com mais facilidade.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Global Warming: Is It About To Start?

While Paris is helding the COP21, the NCEP pool of weather stations has reached a new record: a anomaly higher than +1,4F (+0,8C) against its average temperature measured between 1981 and 2010. Only in the beginning of 2002 something closed to that had happened. At that time the same pool of weather stations was not able to cross the anomaly line of +1,4F.

The two graphs below show the situation now, and tell us how the global temperature in the near past has sharply increased, reaching a threshold never experienced before.


Graph 1: Global Temperature Anomaly Between 2005 and 2015


Graph 2: Global Temperature Anomaly Between 1988 and 2005

Notice that Graph 2 doesn’t show any moment where the global temperature was able to cross the +1,4F (+0,8C) threshold, the point where we are nowadays.

Although we’ve been massively bombed from parts of the media, NGOs and some weather institutions (mainly those that are funded by IPCC) that claim CO2 as the main cause of global warming, some climatologists point the ongoing El-Niño as the main responsible for this recent warming shift, because this phenomenum is often related to warming periods of our planet. That is also my point of view.

The 2015 El-Niño can be seen in the map below as that reddish area located in the central part of the Pacific Ocean. Strong reds represent greater positive anomalies.



Map 1: 2015 El-Niño


The last time Earth experienced a suddenly shift in its temperature was in 2002. At that time El-Niño was among us, but weaker. That is what the map below shows to us.


Map 2: 2002 El-Niño

Because its intensity, it is very likely that the ongoing El-Niño will increase its impact on the line shown by Graph 1, hence the temperature trend will probably remain positive in the near future. However, I believe that, besides El-Niño, the heat urban island effect (HUIE) plays an important role on the NCEP pool of weather stations as they can be affected by a changing environment throughout the years. The graph below tries to support my belief, showing the global temperature evolution through satellite measurements over the lower layer of our atmosphere.




Graph 3: Satellite Based Temperature of the Global Lower Atmosphere


The assessment of this graph allows us to notice that there is no correlation between this one and Graphs 1 and 2. On Graph 3 the globe highest temperature was reached in 1997 during the strongest El-Niño ever registered on Pacific. But what is the reason of this difference? From my point of view the satellite temperature measurements seem to be purer as they don't suffer any interference from the lack of standard found over all weather stations located on Earth. On the ground there are weather stations which their surrounding areas have suffered many changes through time. There are also some reading mistakes. Nevertheless, these mistakes shouldn't result on any relevant problems as they are not capable of building up a graph trend.

In the other hand, satellite measurements are standardized, though this method may be considered exotic for some people. Its first measurement was made in 1979 by NOAA when they sent satellites to outer space carrying instruments which measure the natural microwave thermal emissions from oxygen in the atmosphere. The intensity of the signals these microwave radiometers measure at different microwave frequencies is directly proportional to the temperature of different deep layers of the atmosphere. These measurements started to be registered and then compared with today's data. This allowed us to construct Graph 3, a rich and pure information of the global temperature!

To sum up and to answer the question from the headline, I think that it is still too early to claim that global warming is going to take off from now on. Not only because what we've just seen on Graph 3, neither because I am a radical skeptical climate amateur. Actually, it is because I see the climate main drivers - El-Niño, La-Niña and Sun Cycles - still playing a much more important role to this issue rather than uncontrolled CO2 emissions into our atmosphere. In fact, it's been hard to me to find a correlation between the global temperature trend and CO2 emissions. Yet, I consider myself an open minded curious climate amateur, therefore this point of view might change as new data starts to clear up things. I really look forward to what is coming next!


Aquecimento Global: Agora Vai?

Em época de COP21, a temperatura global monitorada pelo pool de estações do NCEP atingiu uma marca recorde: uma anomalia superior a +0,8C em relação a média verificada entre 1981 e 2010. Antes disso, apenas entre o fim de 2001 e o início de 2002 tivemos marca parecida. Foi quando o mesmo pool de estações apenas encostou na linha de +0,8C.

Os dois gráficos abaixo ilustram a situação, e mostram como a temperatura global no passado recente deu um salto capaz de atingir um patamar sem precedentes.


Gráfico 1: Anomalia de Temperatura Global entre 2005 e 2015

Gráfico 2: Anomalia de Temperatura Global entre 1988 e 2005


Notem que o Gráfico 2 não apresenta nenhum momento onde a temperatura global conseguiu ultrapassar o patamar de +0,8C, justamente onde estamos hoje.

Embora atualmente tenhamos um bombardeio massivo por parte da mídia, organizações não governamentais (ONGs) e determinados institutos de pesquisa (especialmente os governamentais) apontando o CO2 como a causa primária deste aquecimento, muitos outros climatologistas apontam o El-Niño em curso como o principal responsável por esse recente boom, pois historicamente este fenômeno guarda correspondência com períodos de aquecimento do planeta. E esse é o meu ponto de vista, também.

O El-Niño em curso é apontado pelo mapa abaixo de anomalia de temperatura da superfície do mar. É justamente o vermelho mais intenso registrado no Oceano Pacífico Central.

Mapa 1: El-Niño de 2015


Em 2002, na última vez que a temperatura do pool de estações do NCEP também deu um salto, o El-Niño também se fazia presente, porém de forma menos intensa. É o que mostrava a temperatura da superfície do mar naquela época.


Mapa 2: El-Niño de 2002
Pela intensidade deste El-Niño de 2015, muito provavelmente o gráfico de temperatura apresentado no Gráfico 1 manterá sua tendência ascendente. Contudo, penso que, além do El-Niño, também o efeito da crescente urbanização no entorno das estações que formam o pool do NCEP desempenha um papel importante. É importante deixar claro que isso é uma opinião minha e que não há base científica alguma explicando esse ponto. Ainda assim, eu trouxe o gráfico abaixo (Gráfico 3) que traz lastro ao meu ponto de vista. Ele mostra a evolução da temperatura global por intermédio de medições via satélite da camada inferior da nossa atmosfera. 

Gráfico-3: Anomalia de Temperatura Global da Camada Inferior da Atmosfera (Medição via Satélite)


Por este gráfico, nota-se que não há uma correlação perfeita com a evolução de temperatura mostrada nos Gráficos 1 e 2. Neste, o pico de temperatura global se deu justamente durante o El-Niño mais forte já registrado, o de 1997. Mas por qual razão? No meu entendimento a temperatura via satélite é mais pura, não sofrendo intervenção da falta de padronização das estações em terra. Isso porque em terra há estações cujo entorno sofreu mutações (em alguns casos severas) ao longo de sua existência. Há também determinados erros de coleta de dados, porém entendo que este último problema acaba sendo pouco determinante (se é que chega a influenciar algo) em virtude de não serem capazes de formar uma tendência gráfica, diferentemente do efeito da urbanização.

Por outro lado, as medições via satélite, por mais que sejam um método exótico, são padronizadas. A primeira medição realizada em 1979 tem o mesmo método de hoje. Naquele ano o NOAA lançou satélites no espaço carregando instrumentos capazes de medir as emissões naturais de micro ondas térmicas oriundas do oxigênio presente na nossa atmosfera. A intensidade (tamanho das ondas de frequência) das ondas emitidas passou a ser registrada e comparada com a intensidade destas mesmas ondas, porém captadas no futuro. O resultado disso é a formação do Gráfico 3, isto é, a criação de uma informação rica e pura de como está se comportando a temperatura do Planeta Terra.

Para concluir e respondendo a pergunta que dá nome a este post, entendo que não será agora que o aquecimento global irá engrenar. Não somente pelo Gráfico 3 recém apresentado por mim, mas principalmente porque entendo que os principais drivers de aquecimento do Planeta Terra, os fenômenos El-Niño/La-Niña e os ciclos de atividade solar, continuam sendo muito mais determinantes para o controle da temperatura global do que emissões de CO2 - onde ainda não consegui constatar relação alguma de causa e efeito ao longo da nossa história climática. Ainda...! Entretanto, se as correlações começarem a mudar, tudo pode acontecer. Inclusive, minha opinião pode ser revista!