Eu não sei ao certo quando e como tudo começou. Apenas posso afirmar que desde pequeno sempre me interessei por geografia, mundo e clima, passando a me dar conta que este último é uma variável que explica um pouco as outras duas. Costumo dizer, inclusive, que o clima ajuda a compreender a geografia de um determinado local. Plantamos, nos comportamos, produzimos e agimos muito em função daquilo produzido pela atmosfera. Não é a toa que a sociedade moderna é o que é hoje graças ao súbito aquecimento do Planeta Terra ocorrido a partir de cerca de 10 mil anos atrás. Foi somente por causa deste aquecimento que conseguimos desenvolver a agricultura e pudemos alcançar o estágio atual ao qual vivemos. Não fosse assim, muitos acreditam que estaríamos ainda vivendo em uma caverna...
Desde pequeno monitorava o que ocorria no clima e fazia questionamentos do tipo: "por quê no inverno norte-americano há abundância de neve e aqui não?" ou "por quê no inverno do Rio de Janeiro não faz frio?". Ao mesmo tempo acompanhava de perto o parco termômetro de mercúrio que meu pai possuia na janela do no nosso antigo apartamento localizado na Rua Mostardeiro do bairro Moinhos de Vento em Porto Alegre. Inicialmente era ele quem me informava a temperatura antes de ir para a escola. Com o passar do tempo passei eu mesmo a fazer esta leitura. Ficava entusiasmado com extremos! Gostava de saber que "hoje" era um dia distinto dos demais ou ficava confuso quando no miolo do inverno tínhamos mínimas nem tão baixas assim.
Meu pai, aliás, acho que foi ele quem ascendeu em mim a chama por essa paixão inexplicável por climatologia. Além do termômetro na janela, ele quase que diariamente (ao menos era essa a frequência lembrada por mim) entrava em contato com a sua propriedade rural localizada há exatos 599 quilômetros de Porto Alegre, no distrito do Plano Alto, interior de Uruguaiana, no extremo oeste do estado do Rio Grande do Sul. Nos anos 80 não tínhamos telefone fixo no interior dos municípios, muito menos telefones celulares. O jeito era utilizar rádio amador, e este aparelho ficava localizado exatamente ao lado do meu quarto. Quando ele entrava em contato com o Capataz da Fazenda, no meio dos chiados típicos daquele instrumento, além de perguntas do dia-a-dia da lida do campo, sempre no final da conversa surgiam perguntas do tipo "quanto havia chovido" e "qual era a temperatura naquele momento". Em tempos sem internet, sem estações meteorológicas online e tendo menos de 10 anos de idade - onde até o caminhar de uma velhinha na rua lhe chama a atenção - era simplesmente sensacional saber que "naquele momento" chovia frio na Fazenda enquanto que em Porto Alegre ainda tínhamos sol (ou céu estrelado) e tempo ainda quente. Aquilo mexia comigo...
Hoje tenho 33 anos, possuo duas estações meteorológicas próprias localizadas em Gramado (na casa dos meus pais na serra) e Canela (na propriedade de amigos) - ambas estão com widgets ativos na barra ao lado deste blog - já instalei inúmeras outras estações ao redor do Brasil (Urupema/SC, Parque Nacional do Itatiaia/RJ e Santana do Livramento/RS, por exemplo) e já li e estudei muita coisa sobre o clima, um tema absolutamente fascinante devido a sua natureza caótica, e que ainda hoje me deixa muito curioso e estimulado. Há muito o que se aprender nesse fantástico mundo! Vejam que o mundo científico mal sabe informar com certeza se o aquecimento global é provocado por razões naturais ou antropogênicas. O debate parece eterno! Nesse blog, portanto, tentarei trazer o meu modesto ponto de vista sobre esse interessantíssimo mundo. Terei como ferramentas o comportamento das estações meteorológicas que monitoro e a vasta gama de informações disponível na internet. Espero que gostem!
Embora possa ser utilizado como instrumento para análise climática, é importante mencionar que esse blog não tem como propósito trabalhar com previsão do tempo.
Um abraço,
Bruno Saraiva Ferreira e Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário