domingo, 25 de dezembro de 2016

Solstício de Inverno x Solstício de Verão

Em 11/06/2016, viajando com a minha família para o litoral do Rio Grande Sul, parei em um famoso restaurante da RS-020, o Café Tainhas. Eram 11 horas da manhã e a temperatura era de apenas 1C no local. Não tínhamos sol e o vento era cortante. Tomando café no abrigo registrei a foto abaixo:



Hoje, dia 25 de dezembro do mesmo ano, fazendo o mesmo trajeto que fiz 6 meses antes no solstício de inverno, parei mais uma vez com a minha família naquele mesmo Café. Entretanto, as condições eram absolutamente distintas da vez anterior, ainda que no mesmo horário. Fazia 28C e o sol se fazia muito presente na rua. Resolvi registrar o momento assim como daquela vez.



Vejam que curiosa é a natureza na comparação com ela mesma. Paisagens totalmente distintas, alteradas apenas pela distinção proporcionada pelos 46,5 graus de inclinação solar que separam o solstício de inverno do solstício de verão.

Pra quem não conhece, o Café Tainhas fica localizado no pequeno município de Tainhas, na serra do Rio Grande do Sul. A altitude do local é de 885 metros.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Efeitos do Fenômeno ENSO e da SOI Sobre a Temperatura Média de Porto Alegre

Construí uma série de tabelas apresentando correlações entre a anomalia de temperatura de cada mês da série histórica de Porto Alegre (desde 1951) com dois fenômenos do clima que acredito que sejam main drivers do clima mundial: a Southern Oscillation Index (SOI) e o El-Niño Southern Oscillation (ENSO), dois fenômenos de macro escala tantas vezes já explicados nesse blog e que também podem ser facilmente pesquisados e estudados na internet, logo não vejo necessária a explicação de cada um deles agora, mas sim apresentar o impacto destes sobre o comportamento da temperatura da cidade de Porto Alegre.

Nas tabelas é importantes destacar dois pontos: 

1- Os números dentro de cada célula mostram a anomalia de temperatura do mês em questão (cruzamento linha x coluna)

2- As cores mostram a intensidade do fenômeno ENSO ou da SOI no mês em questão. Quanto mais intenso é o comportamento ENSO/SOI, mais intensa é a cor azul ou vermelha. Cores azuis denotam La-Niña e SOI positiva, enquanto que cores vermelhas representam El-Niño e SOI negativa. As legendas estão a seguir:

Legenda de Cores da SOI:

Legendas Cores do Fenômeno ENSO:

As tabelas são bastante autoexplicativas, entretanto achei importante pontuar alguns aspectos que explicarei após algumas delas. Agora, vamos aos dados e análises!


ANÁLISE ANUAL

Anomalia de Porto Alegre x Comportamento da SOI - 15 ANOS MAIS QUENTES



Anomalia de Porto Alegre x Comportamento da SOI - 15 ANOS MAIS FRIOS

Legenda de Cores da SOI:


Anomalia de Porto Alegre x Fenômeno ENSO - 15 ANOS MAIS QUENTES



Anomalia de Porto Alegre x Fenômeno ENSO - 15 ANOS MAIS FRIOS

Legendas Cores do Fenômeno ENSO:


Fica evidente pelas tabelas acima que os anos mais frios de Porto Alegre são muito impactados pela SOI positiva e/ou pela La-Niña. Da mesma forma, anos mais quentes são bastante correlacionados com fenômenos El-Niño e/ou pela SOI negativa. Contudo, não necessariamente a intensidade destes fenômenos está correlacionada com a intensidade da anomalia de temperatura. Notem, por exemplo, que o pico de SOI e La-Niña registrado em 1975 não fez com que aquele ano fosse o mais frio da série. Igualmente, o pico de SOI negativa e El-Niño verificado em 2015 não fez daquele o ano mais quente da cidade.



ANÁLISE DOS INVERNOS - BIMESTRE JUNHO E JULHO (JJ)

Anomalia de Porto Alegre x Comportamento da SOI - 10 INVERNOS MAIS FRIOS

Legenda de Cores da SOI:

 
Anomalia de Porto Alegre x Fenômeno ENSO - 10 INVERNOS MAIS FRIOS

Legendas Cores do Fenômeno ENSO:

Um ponto interessante dos invernos mais frios de Porto Alegre é que, além de obviamente terem uma predominância de meses sob influência da La-Niña e da SOI positiva, é possível que ocorram invernos frios quando o ano se inicia sob forte El-Niño e/ou SOI negativa e este transita para um estado de neutralidade ao longo do ano que pode acabar migrando para um fenômeno oposto no fim do ano. Foi o caso dos anos de 1983, 2016, 1988 e 1964. Os anos de 2009 e 1990 mostraram-se bem atípicos, contudo.

Destaca-se também o papel importante da SOI. Os 8 invernos mais frios da cidade ocorreram, TODOS, sob SOI positiva e/ou neutralidade.


Anomalia de Porto Alegre x Comportamento da SOI - 10 INVERNOS MAIS QUENTES

Legenda de Cores da SOI:


Anomalia de Porto Alegre x Fenômeno ENSO - 10 INVERNOS MAIS QUENTES

Legendas Cores do Fenômeno ENSO:

Os invernos quentes talvez sejam o evento com maior número de padrões identificados entre todas as tabelas, ainda assim há uma grande constatação: invernos quentes não ocorrem sob influência de La-Niña! Todos os 10 invernos mais quentes da cidade ou estavam sob influência de El-Niño ou sob neutralidade. Outras três constatações estão bem definidas: 1- a SOI é quase sempre negativa nos meses de invernos quentes. 2- é grande a prevalência de fins de ano sob forte El-Niño quando o inverno na cidade é quente. 3- é comum a ocorrência de invernos quentes após um verão sob influência de La-Niña e/ou SOI positiva.



ANÁLISE DOS VERÕES - BIMESTRE JANEIRO E FEVEREIRO (JF)

Anomalia de Porto Alegre x Comportamento da SOI - 10 VERÕES MAIS FRIOS

Legenda de Cores da SOI:


Anomalia de Porto Alegre x Fenômeno ENSO - 10 VERÕES MAIS FRIOS
Legendas Cores do Fenômeno ENSO:

Os verões frios de Porto Alegre mostram-se com comportamento bastante aleatório quando analisados sob o guarda-chuva do Fenômeno ENSO. Não há uma regra clara. Há anos inteiramente influenciados por La-Niña ou El-Niño, bem como anos de transição - tanto para um lado como para o outro. Contudo, quando analisado sob a ótica da SOI, fica evidente a sua influência. A grande maioria dos verões frios de Porto Alegre ocorrem sob SOI pendendo para o lado positivo. Na análise do invernos mais frios, a análise da SOI também foi bastante destacada e semelhante.


Anomalia de Porto Alegre x Comportamento da SOI - 10 VERÕES MAIS QUENTES
Legenda de Cores da SOI:


Anomalia de Porto Alegre x Fenômeno ENSO - 10 VERÕES MAIS QUENTES

Legendas Cores do Fenômeno ENSO:

Os verões mais quentes de Porto Alegre são absolutamente aleatórios. Podem ocorrer sob La-Niña ou El-Niños fortes, além de SOI positivas ou negativas. Os anos aos quais estes verões estão inseridos também não apresentam um padrão, pois podem apresentar transição de El-Niño para La-Niña, e vice-versa. Da mesma forma, também podem ser inteiramente influenciados por La-Niña ou El-Niño. 


CONCLUSÃO

Penso que são duas as maiores conclusões desse estudo:

1- Anos quentes ou frios são muito correlacionados com o Fenômeno ENSO e com o desempenho da SOI. É notável como as tabelas de análise anual são bastante marcadas pelas cores azul e vermelha pra explicar anos frios e quentes, respectivamente.

2- A SOI tem papel muito importante para explicar o desempenho de uma estação fria ou quente. O bimestre ou estação recorde normalmente ocorre sob condições de SOI bem definidas. Verões frios (bimestre JF com SOI quase sempre positiva), invernos quentes (bimestre JJ com SOI quase sempre negativa) e invernos frios (bimestre JJ com SOI quase sempre positiva) estão muito correlacionados com o desempenho da SOI nos meses que integram o bimestre em questão. A exceção fica por conta dos verões quentes, que apresentou-se com comportamento aleatório na relação com a SOI.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

terça-feira, 19 de julho de 2016

Junho de 2016: o Mais Frio da Série Histórica de Porto Alegre

Desde agosto de 2012, quando Porto Alegre/INMET alcançou uma média de 19,1C, um recorde absoluto de calor para aquele mês, a cidade tem sido assolada por recordes. Foram cinco no total! Vejam:

Agosto/2012: 19,1C (+3,8C em relação ao normal)
Agosto/2015: 20,2C (+4,9C em relação ao normal) - Comentado AQUI 
Inverno/2015: 17,1C (+2,4C em relação ao normal) - Comentado AQUI 
Abril/2016: 22,8C (+2,8C em relação ao normal) - Comentado AQUI

Antes de mostrar o recorde do atual mês de junho/2016, é preciso ressaltar que todos estes quatro recordes são de calor e quebraram em um curto espaço de tempo marcas de uma série iniciada em 1949. Foi notório, não apenas por dados, que desde agosto de 2012 tivemos uma profusão de meses mais quentes que o normal na cidade. Meses invernais eram pouco frios, e meses de verão eram tórridos. A cidade registrou sequência recorde de 16 meses seguidos com anomalia positiva (cometado AQUI ). No entanto, subitamente dados do Oceano Pacífico começaram a mostrar mudanças no fenômeno ENSO, especialmente a partir de abril/2016. A ONI Index saiu de patamar de +2,3 na virada do ano para +1,1 abril/2016 e +0,7 em maio/2016. Muito possivelmente já está em patamar negativo, mas ainda não temos o dado para confirmar. A consequência direta disto é que a temperatura das águas equatoriais entraram em forte declínio, alterando o padrão da circulacão atmosférica da Terra, resuktando em sucessivos ingressos de massas de ar frio sobre o sul do Brasil a partir de 25 de abril/2016. O mês de Maio/2016 já foi um mês bastante frio em Porto Alegre, mas foi junho o mês que rompeu definitivamente o padrão de recordes de calor registrando uma média de 11,5C, três décimos mais frio que o mais frio até então, junho/1988. Abaixo os cinco junhos mais frios da série portoalegrense:

1- 2016: 11,54C
2- 1988: 11,75C
3- 1979: 11,76C
4- 1996: 12,29C
5- 1990: 12,40C

Conjugando com maio/2016, o bimestre maio/junho (MJ) é o 3o mais frio já registrado na cidade, atrás 1988 e 1956. O caso de 1988 é emblemático, pois mesmo tendo um junho absolutamente frio como comentado antes, conseguiu ser antecipado por um maio histórico que teve média de 14,0C, o que chega a ser mais baixo que a média do mês mais frio da cidade (junho).

Este recorde de frio para o mês de junho em Porto Alegre/INMET não foi acompanhado pelas outras duas estações do INMET monitoradas por este Blog: Uruguaiana e Curitiba. Na primeira, junho/2016 foi apenas o oitavo mais frio da série, registrando 11,3C de média. Na segunda a média de 11,9C foi a quinta mais baixa desde 1949. São dados expressivos, ainda assim.



quarta-feira, 6 de julho de 2016

Mais Uma Evidência De Que Não Há Aquecimento Global Provocado Pelo Homem

Após bater o recorde de calor desde o início das medições em fevereiro/2016 (comentado AQUI em post feito em 12 de março/2016), o Planeta Terra voltou a entrar em tendência de resfriamento. O gráfico abaixo mostra como a temperatura da baixa troposfera retomou patamares próximos ao normal. Em fevereiro/2016 a anomalia que era de +0,83C, em 4 meses caiu quase meio grau, atingindo +0,34C. 



Conforme previsto por mim no post de março/2016, a temperatura global manteve correspondência com o comportamento da temperatura dos oceanos, que é especialmente explicada pelo fenômeno ENSO (Oscilação do Oceano Pacífico entre El-Niños e La-Niñas). A ONI Index, que é o principal índice que mede a volúpia deste fenômeno, chegou a atingir +2,3 em dezembro/2015, o que igualou o recorde de ONI de dezembro/1997, período o qual registrou o último grande episódio de El-Niño no Planeta. Em maio/2016 a ONI bateu +0,7, ou seja, um tombo enorme que acabou resultando no retorno da temperatura global para um patamar próximo de sua média histórica conforme ilustrado pelo gráfico acima.

Mais e mais sinais vão mostrando que o tão propagado CO2 não é o principal driver da temperatura global. Sigo monitorando e esperando um sinal que mostre que realmente estamos passando por aquecimento global impulsionado pela emissão de gases de origem fóssil. Entretanto, ainda não encontrei. Em 14 de dezembro/2015 escrevi bastante sobre isso. Segue o LINK.

domingo, 3 de julho de 2016

Abril/2016: O Mais Quente da História no Sul do Brasil

Abril de 2016, mesmo com um final de mês bastante frio para os padrões (a partir do dia 25), foi o mês mais quente da série histórica em grande parte das cidades do sul do Brasil. Considerando as estações do INMET, Porto Alegre e Curitiba romperam os seus recordes, enquanto que Uruguaiana ficou bem próximo disso. Este frio tardio torna ainda mais impressionante o recorde, pois caso ele tivesse sido apenas normal para a época, o desvio em relação ao normal e ao recorde anterior seria ainda mais maior.

Em Porto Alegre o mês terminou com média de 22,8C, um desvio de +2,8C em relação à normal 1961/1990 e +0,7C em relação ao abril de 2004, o mais quente até então. Os mais quentes estão a seguir.

1- 2016: 22,8C
2- 2004: 22,1C
3- 1980: 22,03C
4- 2007: 22,02C
5- 1973: 21,9C

Em Curitiba o mês terminou com média de 21,2C, um desvio de +4,0C em relação à normal 1961/1990 e +0,3C em relação ao abril de 1959, o mais quente até então. Os meses de abril que compõem o Top 5 estão a seguir.

1- 2016: 21,2C
2- 1959: 20,9C
3- 2002: 20,4C
4- 1973: 19,9C
5- 2001: 19,8C

Já Uruguaiana conseguiu a façanha de não alcançar o seu recorde nesse mês. A média ficou em 21,1C, um desvio de +1,4C em relação à normal 1961/1990 e -1,6C em relação ao abril mais quente já registrado na cidade, o de 1980. A seguir os Top 5 na cidade.

1- 1980: 22,8C
2- 2004: 21,4C
3- 1970 e 1982: 21,4C
5- 2016: 21,1C




















sábado, 25 de junho de 2016

Canela/Castelinho em 25/06/2016

Hoje fui ao Castelinho fazer o upload de dados da estação que mantenho no local e fiquei surpreso com o estado da vegeteação por lá. Desde 2007 não via algo semelhante, portanto resolvi registrar algumas fotos do estrago que o frio dos últimos 60 dias fez à região. Apenas neste mês de junho (até o dia de hoje) a média está em 6,6C, sendo as mínimas com média de 1,0C e as máximas em 14,0C. Foram 10 mínimas negativas nesse mês, com ápice de -5,0C. Dados inéditos (exceto a mínima absoluta) desde que a estação foi instalada em 2009.

 



As duas imagens abaixo mostram as Hortênsias totalmente queimadas pela geada, sendo que a segunda também mostra o quão resiliente é esta planta, que mesmo após inúmeras geadas, insiste em apresentar um novo broto.




Por fim, o pessoal que trabalha no local me apresentou uma fotografia da nevada de 27/08/2013, a última na região. Confesso que fiquei surpreso com a imagem, pois não imaginava que a acumulação tinha sido tão grande em um local cerca de 150 metros mais baixo que a cidade. Vejam:



Boa noite!



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Abril Mais Quente da História de Porto Alegre?

Até agora a resposta é um acachapante SIM! Olhando os dados da estação de referência climatológica de Porto Alegre, do INMET, temos até este momento uma média de 24,8C para o mês de abril de 2016, o que representa um enorme desvio de +4,8C em relação ao normal esperado para o mês. É a maior anomalia já vista na cidade em abril e, se continuar nesse ritmo, irá superar o desvio registrado em agosto de 2015, de +5,0C, o maior da série monitorada até então! Abaixo o mapa de anomalias no Brasil e regiões adjacentes neste mês até o presente momento:





É certamente um mês histórico para o clima da cidade e região, afinal duas anomalias dessa magnitude em um espaço tão curto de tempo jamais foi visto antes. Eu, como um aficcionado pelo tema, presumo que todo esse calor recente é resultado de uma combinação explosiva: vivemos o maior El-Niño desde 1917, cujos valores de anomalia atingiram uma sequência recorde acima +2,0C no Pacífico Equatorial (5 meses seguidos), aliada a valores baixíssimos da SOI, um índice que, quando em patamares baixos, denota uma estabilização dos jatos atmosféricos que controlam o influxo de massas de ar frio para médias latitudes como a nossa. Simplificando: as variáveis que comandam a atmosfera estão extraordinariamente propensas à criação de bloqueios sobre o Brasil, o que concentra frentes frias mais ao sul (o mapa de anomalias acima já mostra o norte da Argentina com temperaturas abaixo do normal devido à retenção das massas de ar frio sobre o país vizinho).

Entretanto, um novo componente está em jogo: os dois principais modelos de previsão do tempo, GFS e ECMWF, projetam a entrada de uma poderosíssima onda de frio sobre o sul do Brasil a partir de segunda dia 25. A força do ar frio é tão grande que seria classificada como intensa mesmo no auge do inverno. Diria ainda que, a confirmar essa tendência apontada pelos modelos, será a maior onda de frio a assolar o país desde aquela que trouxe a nevasca nas serras sulinas em 27 de agosto de 2013. Os mapas de projeção de anomalias do modelo norte-americano (GFS) para terça e quarta feira da semana que vem ilustram bem a situação.

Desvio de temperatura em relação à temperatura máxima normal para abril (terça-feira)

Desvio de temperatura em relação à temperatura máxima normal para abril (quarta-feira)


Reparem que a máxima poderá ficar até 10C abaixo do normal! É realmente um contraste muito grande, especialmente quando uma semana antes tínhamos 10C ACIMA do normal. É claramente um choque climático. Uma transição jamais vista pela Porto Alegre contemporânea. Em virtude dessa possível transição, esse histórico mês de abril caracterizado pelo calor, poderá perder o seu atual status de recordista de calor (em valores médios e de máxima absoluta) para o abril do ano de 1980, quando a média de Porto Alegre para o mês ficou em 22,3C. 

Fiz uma projeção, e esta apontou que, confirmando o cenário acima, Porto Alegre fecharia com média de 22,3C, também! Curioso, não? Bom, vamos acompanhar e ver como termina esse bizarro mês de abril. Já imagiram se o recorde de frio e calor para o mês sejam registrados no mesmo ano?



sábado, 12 de março de 2016

Temperatura Global Alcança Recorde Absoluto

Após mais de 12 meses de um grande episódio de El-Niño, que foi inclusive comparado ao grande evento de 1997 aqui neste espaço (acesse análise clicando aqui), o mundo finalmente começou a sentir os efeitos deste grande evento e que já pode ser considerado um dos maiores já vistos. Tanto as medições em terra quanto as medições da camada inferior da atmosfera atingiram recordes jamais experimentados antes.

O gráfico abaixo consegue contemplar todo histórico desde 1979. Ele apresenta o salto verificado na temperatura da camada inferior da atmosfera. Este salto é muito similar ao outro verificado no episódio de super  El-Niño que a Terra enfrentou em 1997. O ângulo da elevação da temperatura é igualmente abrupto. A diferença desta vez é que a barreira dos +0,8C foi ultrapassada e atingimos + 0,83C!

Já os três gráficos abaixo mostram a evolução da temperatura terrestre desde 1979 pelo pool de estações do NCEP. Notem no terceiro gráfico - que mostra o passado recente - o salto da temperatura a partir de 2015 com o advento desse super El-Niño. Conseguimos romper pela primeira vez a marca de +1,0C de anomalia! Já a linha vermelha que mostra a média móvel de 90 dias ultrapassou o recorde anterior de +0,5C!





A questão agora é sobre o comportamento futuro da temperatura global. Para onde ela irá? Continuará subindo e dará lastro à teoria do Aquecimento Global? Ou voltará a cair para o seu patamar médio? Como já comentei aqui nesse espaço antes (análise aqui), creio que o grande driver da temperatura global é a atividade solar e fenômeno ENSO (a sucessão El-Niños e La-Niñas no Pacífico Equatorial), e não a emissão de CO2 na atmosfera. Portanto, depois desse recorde, creio que no futuro próximo teremos uma boa queda na temperatura global, guiado, obviamente, pelo fenômeno ENSO. As minhas observações e análises (que sempre estão abertas a fatos novos, é importante que se diga) até hoje apenas identificaram este fenômeno como grande provocador de mudanças na temperatura da Terra. O mesmo pode ser dito sobre o atual recorde. Os próximos meses serão determinantes para a confirmação ou não desta minha tese amadora.

Abraços e até o próximo post!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Backtesting CFS Dezembro/2015 e Previsão para Janeiro/2016

A Média de Dezembro/2015 em Porto Alegre/INMET foi 23,6C, enquanto que a normal 81/2010 é 23,5C. A cidade ficou no limite entre o norte/nordeste levemente acima do normal e sul/sudoeste abaixo do normal. É o que mostra o mapa de anomalias abaixo"


No final de novembro/2015 o modelo CFS (abaixo) projetava uma área de anomalia negativa no interior do continente que acabou se confirmando maior que o realizado em dezembro/2015. Em compensação a área de anomalia positiva ao norte mais ou menos guarda correspondência com o projetado pelo modelo. A mancha de anomalia negativa no litoral do nordeste foi confirmada.

Infelizmente não obtive dados do realizado do mês de dezembro/2015 no Conesul, o que inviabiliza o backtesting.



Para o mês de janeiro/2016 o modelo CFS ampliou um pouco mais a área de anomalia negativa no interior do continente e no litoral do nordeste, enquanto que o fenômeno El-Niño permanece atuando com força no Pacífico Central, mantendo anomalias positivas de temperatura na região.